Neste mês de junho queremos dar destaque a duas festas: a do Corpo de Deus [Corpus Christi] e a do Sagrado Coração de Jesus.
A festa de Corpus Christi foi instituída pelo Papa Urbano IV no século XIII. Proclama esta festa a gratidão a Deus pelo benefício supremo da Eucaristia.
A introdução desta festa foi na diocese de Liége em 1246, motivada pelas visões da Bem-aventurada Juliana [+1258], freira agostiniana.
O Papa Urbano IV instituiu a festa de Corpus Christi para confundir a infidelidade dos hereges que negavam a presença real de Jesus no Santíssimo Sacramento do altar, e estabeleceu que fosse celebrada na quinta-feira depois da festa da Santíssima Trindade.
O Concílio de Trento sublinhou o caráter de ação de graças e inclui como regra a procissão eucarística.
Hoje a festa não é mais uma ostensiva profissão de fé contra as heresias, mas uma manifestação de amor e união, de comunhão com Cristo e com os irmãos [por isso a sugestão do gesto concreto de doação de materiais de consumo no dia da festa em nossa cidade de Presidente Prudente].
A Eucaristia que é a atualização do mistério do sacrifício de Jesus Cristo na cruz, significa igualmente a reunião em torno da mesa eucarística. É o mistério de amor, da vida e da unidade.
É uma volta às origens da Igreja primitiva, quando os irmãos se reuniam em suas casas para repartir o Pão sagrado e assim participar juntos do Corpo e Sangue de Cristo.
A festa do Sagrado Coração de Jesus tem sua origem no século XVII, limiar dos tempos modernos, partiu de Paray-le-Monial. Foi um impulso para favorecer a devoção ao Coração de Jesus em contraposição à doutrina rigorista do jansenismo que terminava por afastar as pessoas da sagrada comunhão.
Santa Margarida Maria teve visões místicas que favoreceram tal devoção. Os elementos essenciais desta devoção pertencem também de modo permanente à espiritualidade da Igreja ao longo da sua história. Desde o princípio, a Igreja elevou seu olhar para o Coração de Cristo trespassado no altar da cruz, do qual saiu sangue e água, símbolo dos sacramentos que constituem a Igreja. No coração do Verbo encarnado, os cristãos viram o início de toda a obra da salvação, fruto do amor do divino Redentor cujo Coração trespassado é um símbolo particularmente expressivo.
O culto do Sagrado Coração de Jesus já favorecido pela Visitação da Virgem e pelos Padres Jesuítas é aprovado pelos papas.
A devoção particular das primeiras sextas feiras do mês produziu frutos e temos espalhados pela Igreja o importante carisma do Apostolado da Oração.
Pe. José Altino Brambilla osb
junho/2017