Agosto Mês dedicado a Família

1. Os desígnios de Deus sobre a pessoa

Deus em sua sabedoria plena nos desejou tudo de bom. “ A terra estava informa e vazia, as trevas cobriam o abismo e o Espírito de Deus pairava sobre as águas” (Gen.1,2). Deus criou tudo e  viu que era bom, até que aí veio a criação do homem, no sexto dia. Na criação do homem podemos perceber a grande bondade de Deus. Ele viu que o que havia criado era muito bom. Apenas nós, homens Deus criou a sua imagem e semelhança, e nada os deixou faltar.

No versículo 26, ainda em Gêneses 1, podemos ver a perfeição do Criador. “Então Deus disse: Façamos o homem a nossa imagem e semelhança, que ele reine sobre os peixes do mar, sobre as aves do céu, sobre os animais domésticos e sobre todos os répteis que se arrastam sobre a terra. Então Deus criou o homem e a mulher”. (Gên. 1, 27)

1. Os desígnios de Deus sobre o matrimônio e a família
(Catecismo da igreja católica – 1602)

A sagrada Escritura  nos é apresentada logo com a criação do homem e da mulher á imagem e semelhança de Deus e se encerra com as “núpcias do cordeiro” (Ap. 19, 7-9). De um extremo a outro, as Sagradas Escrituras falam do casamento e de seu “mistério”, de sua instituição e do sentido que lhe foi dado por Deus, além das realizações ao longo da história da salvação e de suas dificuldades que vieram com o pecado original. Mas, a palavra nos fala tambem de sua renovação “no Senhor” (1Cor 7,39), quando foi instituída uma nova aliança com Cristo e a igreja.

Deus que criou o homem por amor, também o chamou para o amor, vocação fundamental e inata de todo ser humano, pois o homem foi criado à imagem e semelhança de Deus que é amor. Tendo-os criado, homem e mulher, seu amor mútuo se torna uma imagem do amor absoluto e indefectível pelo Homem. Esse amor é bom, muito bom, aos olhos do criador. E este amor abençoado por Deus é destinado a ser fecundo e realizar-se na obra comum de preservação da criação: “Deus os abençoou e lhes disse: Sede fecundos,  multiplicai-vos, enchei a terra e submetei-a” (Gn 1 ,28).

2. Homem e Mulher Deus os Criou, para se realizarem na comunhão

“Por isso o homem deixa seu pai sua mãe, se une a sua mulher, e eles se tornam uma só carne” (Gn 2, 18-25, aqui 24).

“Assim o Senhor nos mostra o desígnio do Criador: De modo que já não são dois, mas uma só carne” ( Mt,19,6).

Jesus ensinou sem equívoco o sentido original da união do homem e da mulher, conforme quis o criador desde o começo. A permissão de repudiar a própria mulher, concedida por Moisés, era uma concessão devida á dureza do coração do povo; a união matrimonial é indissolúvel; Deus mesmo a consumou: ”O que Deus uniu o homem não deve separar” (Mt 19,6).

Jesus veio para restabelecer a ordem inicial da criação perturbada pelo pecado, Ele mesmo dá a força e a graça para viver o casamento na nova dimensão do Reino de Deus.

O apóstolo Paulo nos diz: “E vós maridos, amai as vossas mulheres, como Cristo amou a igreja e se entregou por ela a fim de purificá-la” (Ef 5,31-32). São Paulo ainda roga: “E a mulher respeite o seu marido” ( Ef 5,33). O que importa é que cada um de nós nos amemos um ao outro e vivam em comunhão buscando o Senhor que é o nosso sustento e o Espírito Santo que nos fortalece.

3. Família geradora de uma sociedade nova
(Catecismo da igreja católica -1652 – 1656 – 1657)

Os filhos são os dons mais excelentes do matrimônio e constituem um benefício máximo para os próprios pais. O próprio Deus nos disse: “não convém o homem ficar sozinho (Gn 2,18), e criou de inicio o homem como varão e a mulher (Mt 19,4), querendo conferir ao homem uma participação especial em sua obra criadora; abençoou o varão e a mulher dizendo: “Crescei e multiplicai-vos” (Gn1,28).

Donde se segue que o cultivo do verdadeiro amor conjugal e toda a estrutura da vida familiar que daí promana, sem desprezar os outros fins do Matrimônio, tedem a dispor os cônjuges a cooperar corajosamente com o amor do Criador e do Salvador que, por intermédio dos esposos,aumenta e enriquece sua família. Os pais são principais e primeiros educadores de seus filhos. Neste sentido a tarefa fundamental do Matrimônio e da família é estar a serviço da vida.

Cristo quis nascer e crescer no seio da Sagrada Família de José e Maria. A igreja não é outra coisa senão a família de Deus. Desde suas origens  o núcleo da igreja era em geral constituído por aqueles que “com toda a sua casa” se  tornavam cristãos . Quando eles se convertiam, desejavam também que “toda a sua casa” fosse salva. Essas famílias que se tornavam cristãs eram redutos de vida cristã num momento incrédulo.

Em nossos dias, num mundo que se tornou estranho e até hostil à fé, as famílias cristãs são de importância primordial, como lares de fé viva e irradiante. Por isso, o Concílio Vaticano II chama a família, usando uma antiga expressão, de “Ecclesia domestica”. É no seio da família que os pais são “para os filhos, pela palavra e pelo exemplo… os primeiros mestres da fé”. E favoreçam a vocação própria a cada qual, especialmente a vocação sagrada.

É na família que se exerce de modo privilegiado o sacerdócio batismal do pai de família, da mãe, dos filhos, de todos os membros da família. É uma escola de enriquecimento humano. É aí que se aprende a fadiga e a alegria do trabalho, o amor fraterno, o perdão generoso e mesmo reiterada, e, sobretudo o culto divino pela oração e oferenda de sua vida.

O lar é chamado, com toda razão de:

– Igreja doméstica

– Comunidade de graça e de oração

– Escola das virtudes humanas e da caridade cristã.

Concluímos que a família sendo tudo isso, podemos sim afirmar que, restaurados pelo poder do Espírito Santo somos capazes de ser geradores de uma sociedade nova.