Na Igreja, a vocação é um chamado a uma relação pessoal com Deus no amor.
No centro de toda vida espiritual que se desenvolve na Igreja está a vocação universal à santidade. A partir dela abre-se o leque da diversidade de vocações eclesiais. Estas podem abranger os seguintes caminhos:
A vocação leiga: especialmente neste ano do laicato se destaca esta vocação como vivencia da plenitude da graça batismal. Os leigos são chamados a ser fermento na massa, isto é, animar e formar no mundo o evangelho pelo testemunho de vida e pela ação na caridade e fraternidade. Os leigos devem ser sinal de Cristo no mundo. Estão eles na Igreja e no mundo como o fermento na massa para que cresça e se manifestem os sinais do Reino de Cristo já neste mundo, apontando para o céu. Devem ser exemplo e sinal de Cristo no mundo do trabalho, de toda vida civil, da política. De maneira especial são chamados a formar uma verdadeira família que imite a Sagrada Família de Nazaré: Jesus, Maria e José. Ali está a base da Igreja. Ali e vive o amor, a fidelidade, a geração da vida e a educação nos valores humanos e evangélicos. Ali está a catequese, a luta diária, o amor.
A vocação missionária: leigos, consagrados e ordenados levam a boa nova de Cristo para estender o seu reino no mundo e chamar todas as pessoas à conversão e à vida evangélica.
A vocação religiosa: leigos que consagram suas vidas nos preceitos evangélicos de pobreza, obediência e castidade para ser semente fértil no campo do mundo. Cada um numa família religiosa com seus carismas próprios: missão, educação, saúde, paróquias, vida contemplativa, testemunham o amor a Cristo indo ao encontro dos irmãos aos quais Deus quer se revelar e chamar a participar da plenitude do reino do seu Filho bem amado Jesus Cristo. [destacamos em nossa paróquia as irmãs franciscanas que vivem o anúncio do Evangelho primeiramente aos pequeninos do Reino na Creche Walter Figueiredo].
A vocação sacerdotal: homens que são chamados por Cristo para serem sinais de sua pessoa e presença no mundo e na Igreja através do ensino [anuncio da Palavra] e da santificação [celebração dos sacramentos] ajudando assim a construir a Igreja para que a graça de Deus se manifeste ao mundo. São João Paulo II lembra que a principal missão do sacerdote é “anunciar o Evangelho e celebrar os Sacramentos”.
Cada uma das vocações na Igreja caracteriza um modo peculiar de ser na Igreja. São respostas específicas ao apelo divino de inserção na dinâmica atuante e contínua do Reino de Deus no mundo.
A vocação não se identifica com a missão. A missão nasce com o batismo. A vocação é mais ampla em seu aspecto pessoal [resposta que o cristão, o batizado, dá a Jesus] e comunitário [a vida da resposta em comunhão plena com a Igreja e sua realidade no mundo]. Mas toda vocação eclesial, como não é individualista, visto que nasce sempre dentro da e na Igreja, se abre à missão, colocando o vocacionado em recíproca relação com a comunhão interna da Igreja.
Cfr. Dicionário enciclopédico das religiões.
Ed. Vozes.
Vol. II
Vb. Vocação.
Pe. José Altino Brambilla osb
Pároco da Paróquia Santa Rita de Cássia em Presidente Prudente