Outubro – Mês das Missões

Na revelação bíblica a missão está ligada à história da salvação. É vocação divina e ao indivíduo ou coletividade fica a liberdade de aceitar o chamado à vida divina e à salvação. Missão é também a ação de Deus de enviar os que aceitam seu projeto de vida e salvação para anunciar ao mundo o que acreditam.

Os primeiros enviados de Deus são os profetas, e Moisés é o que se percebe mais vivamente a missão divina. Os chamados respondem com seu sim livre e com seu temperamento pessoal [Isaías se prontifica 6,8; Moisés quer sinais para as pessoas acreditarem, nele 3,11, etc]. Mas o que mais se destaca é que sempre obedecem. Todas as missões dos enviados se referem ao anúncio do conhecimento de Deus e de sua salvação para tantos quantos cumprem sua vontade.

Os profetas são enviados por Deus para converter os corações, anunciar castigos ou fazer promessas proclamando a Palavra de Deus da qual são arautos.

A resposta ao chamado à salvação pode ser individual ou coletivo. De igual maneira, o envio pode ser individual ou coletivo. Israel é escolhido dentro todos os povos e enviado por seu Deus como povo consagrado, profético e sacerdotal. Enquanto Israel é depositário do plano da salvação tem a missão de fazer dele participar os outros povos.

Depois de João Batista [último e maior de todos os profetas, pois foi ele quem anunciou já presente entre nós o Filho de Deus]. Jesus se apresenta como o Enviado de Deus por excelência, e ensina que recebê-lo ou não, recebe-se, ou não aquele que O enviou [Mc 12,2-8; Lc 9,48; 10,16].

Todos os aspectos da obra redentora realizada por Jesus estão ligados à missão que ele recebeu do Pai, desde a pregação na Galiléia até o sacrifício da cruz. Jesus é enviado ao seu povo para que este tome consciência de dar testemunho de Deus e de seu Reinado diante de todas as nações do mundo.

A missão de Jesus se prolonga pela dos seus próprios enviados, os doze, que trazem o nome de apóstolos [enviados]. Jesus os envia para pregar o Evangelho e curar [Lc 9,1; 10,1], o que é continuidade da missão dele. São  os operários e servos enviados para a messe do Senhor e para trazer os convidados para as núpcias do seu Filho [Mt 9,38; Jo 4,38; Mt 22,3]. Acolher ou negar os enviados é o mesmo que fazê-lo a Jesus [Lc 10,16].

A missão dos Doze está na mais íntima ligação com a de Jesus: “como o Pai me enviou, eu também vos envio” [Jo 20,21]. Essa Palavra ilumina o sentido profundo do envio final dos Doze, depois da ressurreição. Eles irão anunciar o Evangelho [Mc 16,15], fazer discípulos de todas as nações [Mt 28,19], levar a toda parte o seu testemunho [At 1,8].

A missão do Filho de Deus atingirá toda a humanidade graças à missão dos Apóstolos e da sua Igreja. Para desempenhar a sua missão os apóstolos e pregadores do Evangelho realizam-na com a força do Espírito do Ressuscitado [Jo 14,26]. Assim o Pentecostes é a ação do Reino e que durará tanto tempo quanto durar a Igreja.

Pe. José Altino Brambilla osb
Pároco da Paróquia Santa Rita de Cássia em Presidente Prudente